"Enquanto a gente sonhar a
estrada permanecerá viva"
Mia Couto
Sempre fantasiamos em partir, caminhar
para longe, sermos livres para vivermos o inédito de um lugar. Depois de muito sonhar
e desejar... planejamos e fizemos acontecer.
“Partir” deriva do latim
partire, inicialmente “dividir em
partes, separar” e logo adquiriu o significado de “afastar-se de algo, mover-se
para outro lugar”. E assim fomos... foi um parto até nos movermos para um
distinto lugar. A cada planejamento, nos despedaçávamos e nascíamos. De novo e
de novo. Saímos das nossas conjunturas, já muito conhecidas, para inícios de
outras realidades, muito diferentes, insólitas...
A ideia era nos
permitir lugares estranhos. Surpresas sempre boas e não raro, invulgares. Aos
poucos comprovamos o que a teoria já tinha nos ensinado: são tantos temperos,
tantas cores, tantas crenças de vida, tantos sons, tantas peles... Há tanto de
tudo no mundo, que cada pouco que conhecemos nos fez aumentar a sede de
conhecer. Cada tanto que trazemos na volta, fez de nós incessantes na busca de
aprender (e de transmitir o vivido). Afinal, tudo o que se pode oferecer de
melhor ao ser humano é a experiência! A vivência, essa sim é preciosa! Essa sim
é salutar e enriquece a humanidade que há em nós! Sim... isso porque
acreditamos que o ser não nasce humano... humaniza-se com o tempo. Nada é tão
vivo e efetivo (afetivo) quanto experienciar!
As viagens nos abrem caminhos, nos abrem para o OUTRO, na disponibilidade para ser e fazer mais.
Porque nos inspira!
Isso também pode acontecer através da
leitura de um livro (ou, oxalá, indo à escola). Creditamos e agimos a favor
disso, a favor da educação e da liberdade que ela nos possibilita. A “Biografia
do Caminho” nos fez - e nos faz - pessoas maiores e melhores, mais conscientes
da nossa responsabilidade na construção desse viver bonito para todos.
Por esse “sinthoma” compartilhado nasce esse blog,
com a amorosa intenção de ser mais um membro que nos auxilia na desafiadora
missão de vida destina à nós: lançar outros aos impossíveis do desejo, ou
simplesmente, a Educação. No parto, nos partimos, nos refazemos, crescemos e
voltamos para que, com sentido, possamos transmitir.
Cristina Moraes e Carolina Parrode,
educadoras.
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